sexta-feira, 20 de março de 2009

segunda-feira, 16 de março de 2009

Socorro ao SUS

Segue abaixo pedido de socorro escrito em 22 de outubro de 2007 e enviado como um pedido de socorro do SUS aos Sindicatos, nunca esteve tão atual...

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Começo este pedido de socorro ao SUS com uma historinha muito simples, mas que nos mostrará o quanto valioso é resguardarmos a memória de fatos que construíram a nossa história e delinearam os rumos e a vida de toda uma sociedade. A irresponsabilidade de quem não tem memória coloca em risco a maior política social já construída neste país.

Há muitos anos uma sábia mulher passeava por um belo pomar, acompanhada da neta, as duas conversavam sobre as plantas, os pássaros, as borboletas... A netinha pergunta a avó por que todos os dias ela vai até seus vasos e canteiros mexer na terra e regar as plantas. A avó pacientemente pega um pouco da terra, coloca nas mãos da pequena e continua o diálogo:
“Esta terra vem sendo cuidada há anos por mim e por seu avô, aqui semeamos estas flores, as árvores e nos preocupamos em manter sempre limpo, com a terra sempre fofa e irrigada. Todo este trabalho diário possibilitou a satisfação de hoje podermos ver você e seus irmãos brincando aqui.”
A menina ficou pensativa e quieta, a avó percebendo, indagou o porquê de seu silêncio. Com os olhinhos cheinhos de lágrimas, ela afirmou:
“Vovó, quando a Senhora e o vovô morrerem o jardim não será mais bonito e não vamos mais comer pitanga, por que ninguém mais virá todo dia cuidar.”
Responde a avó:
“Não meu anjo, a vovó e o vovô ensinaram a mamãe que toda a terra precisa ser regada e preservada com amor e carinho. Assim como a vovó e o vovô, a mamãe e o papai também olharão por ela. E você também saberá preservar para seus filhos. Minha querida, nunca esqueça que não basta semear e colher, o principal é manter fértil e ensinar a preservar.”

Algumas pessoas devem se perguntar em que esta historinha tem relação ao SUS ou ao pedido de socorro ao SUS.

Há alguns anos, através da elaboração de uma Constituição Cidadã, brasileiros e brasileiras conquistaram o direito de plantar em nosso país uma sementinha cuja origem se deu na afirmação de que os serviços de saúde são de relevância pública, ou seja, são essenciais à população brasileira.

Desta semente nasceu um broto, que nomeamos Lei 8080/90. Preparamos o solo, distribuímos o trabalho, criamos regras, deveres, diretrizes e metas para que este broto crescesse e a sua sombra protegesse a todos e todas igualmente. Até este momento, havia um mutirão de homens e mulheres determinados em regar e adubar para que esta exuberante árvore além de proteger, rendesse bons frutos.

A princípio, diariamente, chegavam novas pessoas e estas foram polinizando e multiplicando, sempre preocupadas em preservar e ver o fruto servir a todos e todas.
Apesar de inúmeros obstáculos encontrados no decorrer do caminho, o broto cresceu majestoso e consolidou o SUS como a maior política social deste país. Porém, alguns atores fundamentais se afastaram do processo e a “boa nova” passou a ser vista como uma bela árvore de raízes fortes, tronco resistente, ramificações saudáveis e frutos eternos. Passaram a priorizar outras plantações, certos de que aquela estava segura. Mas ao redor dela foram nascendo “fungos e ervas”, os poucos que ficaram em sua defesa e na proteção de quem dela vem se alimentar, tem a triste constatação que a cada dia fica mais difícil usufruir dos seus benefícios e assistência.

Estes que ficaram assistem aqueles que a abandonaram negociarem, com os “fungos e ervas”, vantagens para os seus associados, onde estes passam a evitar as imensas filas que se formaram, onde estão 75 % da população brasileira, que buscam o direito de usufruir desta sombra e se tratarem com seus frutos. Os demais 25%, que não ficam na espera, se utilizam dos “fungos e ervas” para alcançarem os frutos mais raros que ficam na média e alta.

A menina que aprendeu com a avó o valor de preservar o que de bom já foi plantado nesta terra fértil chamada Brasil, faz um chamado a todos e todas para que lutem na defesa do SUS. Principalmente os Sindicatos que representam os trabalhadores e trabalhadoras e se afastaram do processo. O SUS nasceu desta força chamada “LUTA”.

Acordem, saiam de suas cadeiras, deixem de ser corporativos e parem de negociar com “fungos e ervas”, vocês só estão neste espaço para representarem uma classe historicamente usurpada de seus direitos e cobrada de seus deveres diariamente, de forma perversa e cruel.

Reguem a semente plantada nos anos 80, que floresceu nos anos 90 e pede socorro no momento atual. Participem efetivamente, ocupando de forma responsável e assumindo o seu papel como atores principais junto aos conselhos de saúde, cobrem do Estado a manutenção e ampliação dos direitos conquistados e informem seus representados.

Basta de SUS pobre para os pobres, e complementar para os ricos.
Basta de danos irremediáveis à saúde por falta de fiscalização, de diagnóstico precoce e tratamento adequado.
Basta de fragmentação nos repasses federais.
Basta de precarização e terceirização.
Basta de sucateamento dos serviços de saúde.
Basta de esconder as informações da população.
Basta de tratar as doenças ocupacionais de forma irresponsável.
Basta de aceitar como natural a possibilidade de riscos à saúde no meio ambiente de trabalho.
Basta de penalizar e agravar o sofrimento dos cidadãos e cidadãs que constrõem nosso país.

Queremos um SUS sadio, de qualidade, humanizado, com financiamento público para 100% da população brasileira.

domingo, 15 de março de 2009

Seminário Regional Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina



O Trabalho das mulheres: Desafios da inclusão social.

O MMTU/SC participou nos dias 12, 13 e 14 de março de 2009, debatendo com mulheres quilombolas, indígenas, sidicalistas, maricultoras, assistentes sociais, psicólogas, entre outras. Com o objetivo de debater sobre os impactos da atual crise do capitalismo na vida de mulheres trabalhadoras; analisar a desproteção social das mulheres e construir propostas de inclusão previdenciária; ampliar a discussão sobre previdencia social para sa mulheres entre os movimentos de mulheres e para outros segmentos de trabalhadoras hoje excluídas do sistema previdenciário, como catadoras de lixo, marisqueiras, donas de casa, pescadoras.

Um dos pontos altos do debate esteve no momento de avaliação da proposta de reforma tributária presente no Congresso Nacional através da PEC 233/08. Divulgamos aqui o Manifesto em Defesa dos Direitos Sociais sob ameaça na Reforma Tributária.

Este Seminário foi uma realização da Secretaria Especial de Políticas Públicas para Mulheres, Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Estado/SC (Fetiesc) - Secretaria da Mulher, Movimento das Mulheres Trabalhadoras Urbanas – RS e SC (MMTU), Fórum Itinerante dos Movimentos de Mulheres sobre Previdência Social, Articulação de Mulheres Brasileiras – AMB, Movimento de Mulheres Camponesas - MMC, Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras – AMNB, Campanha Nacional pela Aposentadoria das Donas de Casa, Federação Nacional de Trabalhadoras Domésticas – FENATRAD, Marcha Mundial das Mulheres – MMM, Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Nordeste – MMTR/NE e Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco/Babaçu - MQCB.

sábado, 14 de março de 2009

Sonhar... Mais um sonho impossível
Lutar... Quando é fácil ceder
Vencer... O inimigo invencível
Negar... Quando a regra é vender
Sofrer... A tortura implacável
Romper... A incabível prisão
Voar... Num limite improvável
Tocar... O inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão

quarta-feira, 11 de março de 2009

Hipocrisia

ALESC - Onde está a investigação do Deputado agressor denunciado pelo Fórum Estadual pela Implementação da Lei Maria da Penha, por ter cometido violencia contra sua ex companheira? A Campanha Laço Branco deveria proibí-los de usarem esta marca e de até mencioná-los no site. Hipócritas, façam o dever de casa primeiro!

10/03/2009- Assembleia Legislativa entra na Campanha Laço Branco

A sessão ordinária de hoje (10) foi interrompida por solicitação das três parlamentares mulheres para a realização de um Ato em Homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no último dia 8 de março, domingo, e para o lançamento da Campanha Laço Branco. A Campanha Brasileira do Laço Branco tem o objetivo de sensibilizar, envolver e mobilizar os homens no engajamento pelo fim da violência contra a mulher. Suas atividades buscam promover a equidade de gênero, através de ações em saúde, educação, trabalho, ação social, justiça, segurança pública e direitos humanos. Segundo a deputada Ada De Luca (PMDB), a campanha começou depois que um rapaz invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica, na cidade de Montreal, Canadá, no dia 6 de dezembro de 1989, e assassinou 14 mulheres. Em carta, o assassino afirmou que não suportava a ideia de ver mulheres estudando engenharia. Depois do acontecido, um grupo de homens do Canadá decidiu se organizar para dizer que existem homens que repudiam essa atitude. Eles elegeram o laço branco como símbolo e adotaram como lema: jamais cometer um ato violento contra as mulheres e não fechar os olhos frente a essa violência. “Temos que sempre trabalhar pela não-violência contra as mulheres e esta Casa tem cumprido esse papel com honra. As audiências sobre a Lei Maria da Penha são prova viva disso”, disse. A também deputada Professora Odete de Jesus (PRB) afirmou que a data tem que ser comemorada sempre. “O Dia da Mulher é todo o dia. Temos que respeitar e implantar isso.” Ela ainda disse que, de acordo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Secretaria Especial de Políticas para Mulheres irá virar ministério. “O governo Lula tem sido generoso e sábio. Oferecer esse tipo de trabalho é importante e espetacular.”

Violência no estado
Conforme dados obtidos na Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, do governo federal, a violência doméstica no Brasil é responsável pela metade dos homicídios das mulheres no país. No entanto, a morte é o último grau da escala da violência que muitas vezes começa com abuso psicológico. Em compensação, o número de denúncias aumentou 32% em 2008. Em 2007, foram registradas 204.978 ligações no disque denúncia (180). No ano passado foram quase 270 mil ligações.
Distrito Federal, São Paulo, Goiás e Rio de Janeiro lideram o ranking das denúncias. Segundo os dados apresentados, das 24.523 denúncias, 64,9% das mulheres informaram sofrer agressões diariamente e outras 16,1% são alvo toda semana de destratos. A maior parte das agressões (63,2%) é praticada pelos próprios companheiros.
Em Santa Catarina não é diferente. Nos últimos dois anos foram registradas 100 mortes em consequência da violência doméstica. Também foram registrados 28.150 casos de ameaças, 180 estupros, 257 tentativas de estupros e 48 homicídios passionais.
A deputada Ana Paula Lima (PT) assinala que essa situação tem que ser mudada. “É incrível que em pleno século XXI as mulheres ainda sofram com esse tipo de situação. No mundo que sonhamos não há espaço para violência de nenhuma forma. Nossa missão é trabalhar pelo fim da violência”, acrescentou.
Em nome da Secretaria de Estado da Saúde, a diretora-geral Carmem Zanotto destacou a importância de se lutar contra qualquer tipo de violência. “Nós, profissionais de saúde, somos a linha de frente. Lidamos com a violência praticamente todos os dias. Temos que trabalhar as feridas físicas, mas não podemos esquecer o lado emocional. Dessa forma, não podemos esquecer aqueles homens que respeitam suas mulheres, mães e filhas, pois são eles que serão exemplos para os outros”, falou.
A ex-deputada federal Luci Choinacki, presidente estadual do PT, disse que em sua vida ela trabalhou contra duas coisas. Contra a pobreza e contra violência. “Nunca aceitei nenhum tipo de violência. O amor gera o amor e precisa ser respeitado. A violência contra a mulher tem que ser impedida e esta campanha precisa ser trabalhada”, finalizou.
Ao final do ato, todos os deputados presentes ganharam um laço branco, símbolo da campanha. Para participar da campanha é só acessar o site: www.lacobranco.org.br. (Graziela May Pereira/Divulgação Alesc

E nós permanecemos sendo o único estado da Federação sem defensoria pública!!!

terça-feira, 10 de março de 2009

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EXCOMUNHÃO DA VÍTIMA

EXCOMUNHÃO DA VÍTIMA
Miguezim de Princesa

I
Peço à musa do improviso
Que me dê inspiração,
Ciência e sabedoria,
Inteligência e razão,
Peço que Deus que me proteja
Para falar de uma igreja
Que comete aberração.

II
Pelas fogueiras que arderam
No tempo da Inquisição,
Pelas mulheres queimadas
Sem apelo ou compaixão,
Pensava que o Vaticano
Tinha mudado de plano,
Abolido a excomunhão.

III
Mas o bispo Dom José,
Um homem conservador,
Tratou com impiedade
A vítima de um estuprador,
Massacrada e abusada,
Sofrida e violentada,
Sem futuro e sem amor.

IV
Depois que houve o estupro,
A menina engravidou.
Ela só tem nove anos,
A Justiça autorizou
Que a criança abortasse
Antes que a vida brotasse
Um fruto do desamor.

V
O aborto, já previsto
Na nossa legislação,
Teve o apoio declarado
Do ministro Temporão,
Que é médico bom e zeloso,
E mostrou ser corajoso
Ao enfrentar a questão.

VI
Além de excomungar
O ministro Temporão,
Dom José excomungou
Da menina, sem razão,
A mãe, a vó e a tia
E se brincar puniria
Até a quarta geração.

VII
É esquisito que a igreja,
Que tanto prega o perdão,
Resolva excomungar médicos
Que cumpriram sua missão
E num beco sem saída
Livraram uma pobre vida
Do fel da desilusão.

VIII
Mas o mundo está virado
E cheio de desatinos:
Missa virou presepada,
Tem dança até do pepino,
Padre que usa bermuda,
Deixando mulher buchuda
E bolindo com os meninos.

IX
Milhões morrendo de Aids:
É grande a devastação,
Mas a igreja acha bom
Furunfar sem proteção
E o padre prega na missa
Que camisinha na lingüiça
É uma coisa do Cão.

X
E esta quem me contou
Foi Lima do Camarão:
Dom José excomungou
A equipe de plantão,
A família da menina
E o ministro Temporão,
Mas para o estuprador,
Que por certo perdoou,
O arcebispo reservou
A vaga de sacristão.

segunda-feira, 9 de março de 2009

MMTU/SC em Santana do Livramento

Um agradecimento todo especial as Mulheres da UGT que viabilizaram a participação das Mulheres do MMTU/SC da Região da Grande Florianóplis neste momento inesquecivel.


Imagem feita por Laura Andrade
Dia Internacional da Mulher – em que avançamos?

Durante o Ato Internacional em Santana do Livramento, no dia de ontem, 08 de março de 2009, ouvíamos esta pergunta em todos os cantos por onde estávamos. Mulheres de várias nacionalidades, trabalhadoras assalariadas e desempregadas, lésbicas, negras, índias.

Todas perguntavam “em que avançamos?”, ou “será que realmente avançamos?”.

A partir das falas feitas durante o Ato, podemos chegar a conclusão de que a igualdade entre homens e mulheres e a conscientização da sociedade, para que possamos viver realmente em um mundo justo e igual, ainda tem muito a avançar.

Quando falamos em avançar nas políticas públicas para as mulheres, queremos que o Estado tenha ações concretas para a educação, saúde, segurança, habitação, geração de trabalho e renda. Que todas as suas ações tenham diretrizes pautadas nas questões de genero, raça e etnia, orientação sexual e geracional.

Nós, mulheres, não queremos ser “premiadas” ou “presenteadas” com aquilo que já nos é de direito. Ao inaugurarem um centro de referencia e de atenção á mulher, não queremos ouvir do gestor local que “este é um presente as mulheres do município”, esta é sim uma obrigação do poder local, que inclui prioritariamente tambem, a existencia de casas abrigo para as mulheres em situação de risco. São milhares de mulheres sendo mortas, inclusive, por omissão do Estado.

É avançar quando a Igreja vem a público afirmar que o estupro de uma menina é menor que um aborto realizado fruto deste esturpo?

É avançar quando temos a Lei Maria da Penha, mas não temos os equipamentos sociais necessários para a implementação desta Lei em nosso Estado? A exemplo da defensoria pública, somos o único estado que não a tem.

É avançar quando ainda recebemos salários menores que os dos homens? Quando somos as maiores vítimas de assédio sexual e moral? E para nos mantermos nos obrigamos a uma tripla jornada de trabalho?

É avançar quando ouvimos de um dirigente sindical, no dia das mulheres, de que somos valiosas por que geramos vidas? Quando vão parar de nos olhar como meras reprodutoras?

É avançar quando a responsabilidade de cuidados ainda está sobre nossos ombros? Em função da não existencia de creches e de políticas de cuidados com portadores e portadoras de necessidades especiais, idosos e idosas, adoecidos e adoecidas. Nestes casos, quem fica em casa cuidando o bem estar dessas pessoas? Somos nós, mulheres.

É avançar, quando políticos sobem a tribuna para exaltar este dia, sendo que em seus partidos, na hora da disputa eleitoral, somos apenas números para preencher cotas?

É avançar quando nos “permitem” votar para escolher nossos representantes no legislativo, em sindicatos, associações, mas não temos, na maioria dos casos, nem 30% de representatividade feminina nos espaços de poder e decisão?

É avançar, quando a Assembléia Legislativa de Santa Catarina nos convida para uma atividade (10/03/09) em que seus Deputados irão integrar a Campanha Laço Branco, sendo que há uma denúncia para ser investigada de um Deputado Estadual que cometeu agressão física contra sua ex companheira?

É avançar quando ainda temos que nos organizar e ir para as ruas fazer exigencias(*)como estas abaixo?

1. Estabelecimento de indicadores de geração de emprego para as mulheres nos diversos setores da economia, tendo como objetivo o trabalho decente, com igualdade de salários, de oportunidades e de tratamento;

2. Indicadores de equidade de gênero para contratação, funções e ascensão profissional nas empresas, com prazos definidos e processos claros de avaliação com a participação dos trabalhadores/as;

3. Criar marco legal adequado em matéria de igualdade de oportunidades e de tratamento, que contemple todos os trabalhadores e trabalhadoras, incluindo os trabalhadores/as domésticos/as, temporários, rurais e migrantes;

4. Implementação de políticas afirmativas que coíbam a discriminação de gênero, raça/etnia, geração, orientação sexual e deficiência nos espaços do trabalho e da sociedade;

5. Políticas de incentivo à permanência dos jovens nas escolas até a conclusão de sua formação educacional regular;

6. Garantia em lei da ampliação da licença maternidade e paternidade;

7. Ampliação do número de vagas em creches públicas até os sete anos de idade;

8. Garantia do aborto legal e seguro nas redes públicas de saúde;

9. Ampliação das políticas de combate à violência contra a mulher e estruturação das casas abrigo.

10. Criação de uma legislação e de um protocolo de extradição comuns para tratar dos casos de violência sexista nas áreas de fronteiras.

Enfim, iremos avançar quando não existir mais estes tipos de questionamentos e quando toda a sociedade compreender que somos homens e mulheres com direitos iguais, que nossas exigencias não são concessões e nem privilégios, mas sim direitos.

Schirlei de Azevedo do Amaral Ribeiro
MMTU/SC – Florianópolis, 09/03/2009


(*)Exigências das Centrais Sindicais filiadas à CCSCS aos seus Governos – 08/03/2009

sábado, 7 de março de 2009

08 de Março - Dia Internacional das Mulheres

Neste dia queremos homenagear todas as mulheres que lutaram e lutam por um mundo justo e igual para homens e mulheres.

Nossa lembrança e homenagem em especial,

As Mães da Praça de Maio que há 30 anos iniciaram uma luta para encontrar seus filhos desaparecidos na violenta ditadura argentina (1976-83). Em 30 de abril de 1977, quando se intensificava o terrorismo de Estado, 14 mulheres se reuniram na Praça de Maio para reclamar seus filhos desaparecidos. Essas donas-de-casa que deixaram suas cozinhas para empreender a busca de seus filhos não imaginavam então que o número de desaparecidos chegaria a 30 mil, segundo os organismos humanitários, muito menos desconfiavam do longo caminho que iniciavam. Hoje levam seus lenços brancos a todo o mundo como símbolo de resistência e demanda de justiça.

Angélica de Flores, Aurora de Lora, Nelly de Paniagua y Luzmila Rojas, além de Domitila Chungara, mulheres que encabeçaram a greve de fome que restabeleceu a democracia na Bolivia há 25 anos, durante o governo do então Coronel Hugo Bánzer Suárez (1971-1978), "eramos somente quatro mulheres que iniciamos esta greve de fome, não havia mais apoio, não quiseram nos apoiar nossos familiares, nem os universitários; nos disseram que estávamos indo até a morte, mas nós seguimos firmes nessa decisão. Não supúnhamos que ia ser assim, fomos a essa greve porque havia muitos problemas e não podíamos solucionar, fomos caladinhas e conseguimos o que estávamos buscando", Angélica Flores.

A Chilena Violeta Parra (1917-1967) - que cantou e encantou o mundo com suas pinturas e múscias com letras que rechaçavam tudo aquilo que estivesse relacionado com a hierarquia, com o institucional e com o autoritário. (Gracias a la Vida que me ha dado tanto, me dio el corazón que agita su marco, cuando miro el fruto del cerebro humano, cuando miro al bueno tan lejos del malo, cuando miro al fondo de tus ojos claros.)

A brasileirísssima Margarida Alves - líder sindical que foi covardemente assassinada com um tiro no rosto na frente de seu filho de apenas 10 anos de idade, em 12 de agosto de 1983. Era presidente do sindicato de Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande na Paraíba e uma grande companheira que lutava contra o poder dos latifundiários na época. Dos cinco acusados de serem os mandantes do crime, apenas dois foram julgados e no entanto absolvidos: Antônio Carlos Coutinho e José Buarque de Gusmão Neto, conhecido como Zito Buarque.


As 9.862 mulheres do Mato Grosso do Sul que tiveram a violação ao direito à privacidade e direito à saúde com quebra de confidencialidade e sigilo médico, ao terem seus prontuários médicos apreendidos e manuseados pela polícia e anexados a um processo criminal a fim de constituirem prova de que realizaram aborto.
A Luci Choinacki, ex deputada federal (SC), que pautou na Camara Federal o reconhecimento do trabalho doméstico e da dona de casa empobrecida que passa uma vida inteira como cuidadora de filhos, netos, bisnetos e que não teve condições de contribuir com a previdencia.

A Cida Diogo, Deputada Federal (RJ) por sua coerencia na luta pela discriminalização do aborto.

A Margarida Barreto e Fernanda Giannasi, que dedicam grande parte de sua vida em defesa de um trabalho digno, seguro e saudável. Com enfrentamento diário as forças do Capital.

A Marcha Mundial das Mulheres e as Mulheres da Via Campesina - Mulheres guerreiras, ousadas, irreverentes, destemidas.

A todas as mulheres do MMTU/SC, incansáveis no enfrentamento aos descasos do governo do estado de Santa Catarina para com as políticas públicas para as mulheres.

Enfim, nossa homenagem a todas as mulheres que tem dupla ou tripla jornada de trabalho, as desempregadas, apenadas, sem teto, sem terra, chefes de família, jovens, idosas, lésbicas, negras, indias. As mulheres vitimas de violencia sexual, moral, doméstica, familiar, de doenças do trabalho, portadoras de HIV/AIDS. Que mesmo com todas as dificuldades, discriminação e preconceitos, encontram força para lutar e sonhar por uma sociedade justa, igual, fraterna, solidária.

Estaremos juntas em Santa do Livramento / RS no dia 08 de março de 2009!

Saudações feministas e socialistas,

MMTU/SC



As Mulheres Guerreiras (Naldo Velho)

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Sei da fonte de onde brota a guerreira,
sei da coragem que transpira mulher,
sei que nos campos de batalha
és sempre a primeira a guiar teu povo,
a perceber ciladas, a derrubar barreiras,
para que possam seguir sempre em frente.

Sei do mel que escorre dos teus olhos,
e da generosidade amiga do teu colo,
sei que és palavra abrigo às tormentas,
e que no furor das batalhas,
não trazes nas mãos sangue inocente.
Conheço tua têmpera, sei também que trazes
a força e a justeza dos puros de coração.
Sei dos teus sonhos e do quanto eles podem curar.

E ainda que haja a espera, a distância e a perda,
sei que a danada da saudade
não será capaz de te matar,
pois tens a benção dos ungidos,
dos que conhecem os segredos das águas,
do fogo, da pedra e do ar.

Sei que trazes nas mãos as sementes
da Paz que ainda há de chegar.

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segunda-feira, 2 de março de 2009

08 de março de 2009





Todas as mulheres em Santana do Livramento / RS

I Turma de PLPs formada pelo MMTU/SC