segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Grupo RBS e suas práticas misóginas




Queremos aqui, mais uma vez, denunciar os abusos e práticas misóginas presentes nos veículos de comunicação do Grupo RBS em Santa Catarina.

Solicitamos ainda, que o Ministério Publico de Santa Catarina tome providências, bem como que o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, Conselho Nacional de Justiça, Ministério da Justiça e a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da Republica, manifestem-se sobre o ocorrido.

Há décadas que o movimento de mulheres e feminista tem denunciado os meios de comunicação como um dos principais fomentadores da mercantilização do corpo das mulheres. Uma prática que coisifica as mulheres, transformando-as em meros objetos de venda e desejos.

Utilizar o corpo das mulheres para vender produtos, entre eles jornais, é algo tão banalizado e presente em nosso cotidiano, que ao nos posicionarmos contrárias, somos vítimas de manifestações ainda mais misóginas, preconceituosas, discriminatórias.

Quando os meios de comunicação naturalizam esse tipo de violência, deixam como recado ao público alvo, que o corpo da mulher também pode ser consumido e desejado da mesma forma que a uma cerveja ou a um carro. Transmite a ideia de que o corpo feminino é um objeto que pode estar a disposição do prazer masculino.

Em recente coluna de jornal de grande circulação no estado de Santa Catarina, houve a publicação de uma foto de uma policial feminina durante o trabalho, sugerindo que a qualidade dos serviços prestados estaria relacionada ao seu corpo, de forma subjetiva, porém bem objetiva. Tal publicação causou indignação em vários setores da sociedade.

Ao produzir e reproduzir atitudes machistas como esta, de forma irresponsável, as policiais militares são colocadas em uma maior situação de vulnerabilidade perante a sociedade e ao próprio trabalho realizado.

Para estarem policiais militares, passam por uma série de provas de capacidade, inclusive física, superando limites, reafirmando em todos os momentos que são competentes para a função. Superam preconceitos e desafiam uma instituição que ainda é majoritariamente masculina.

A maior participação das Mulheres na Polícia é um grande desafio a ser conquistado, a exemplo da luta das policiais concursadas em 2014, com alto índice de notas, que tiveram que provar que sua estatura não era impeditivo para contratação.

E ao conquistar tal posto, os desafios se multiplicam, entre eles: superar o preconceito, a discriminação, a intolerância, o assédio moral e sexual, provar diariamente nas ruas de nossas cidades que são capazes, e que mulher fardada não se resume a algemas e fantasias sexuais.

Abaixo, recortes de jornais que ilustram todo o caso e trazem um enorme agravante, o comentário do Comandante Geral da Policia Militar de Santa Catarina e de um Almirante, naturalizando tal evento.

Também seguem: nota do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher em Santa Catarina e da Associação dos Praças de Santa Catarina (APRASC).


Foto publicada em 10 de setembro:




Nota APRASC publicada no jornal e link de nota de repúdio em:

http://www.aprasc.org.br/posts_exibe.php?id_post=6852&categoria=1




Comentário do Comandante Geral da PM/SC em 14 de setembro









Comentário Almirante Soares Filho em 14 de setembro





NOTA CEDIM/SC









A defesa do colunista








Resgatando denuncia do mesmo jornal feita em fevereiro de 2014







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